BOTANIC

As linhas são a base do desenho e ganham visibilidade por se destacarem de um fundo, por cor ou relevo. Podem ser retas, curvas, contínuas, interrompidas. Suas direções podem sugerir repouso, estaticidade, equilíbrio e movimento. Ordem ou caos. Caos na ordem.
 
As formas são consequências de suas disposições. O mesmo para texturas, passíveis de propor detalhes das superfícies, volumes ou efeitos da luz. A combinação desses elementos cria mundos. Em seu trabalho atual, geram situações vegetais. Não como nos jardins ou matas, mas sim universos em miniatura, capazes de reunir flora nascida na imaginação e dos olhares sobre a realidade.
 
Alguns sugerem colônias de líquens nascidos sobre pedras ou os canteiros plantados pela natureza nos troncos das árvores. A riqueza das estruturas e tonalidades, alude à convivência de diferentes de espécies em crescimento contínuo compactadas em terrários.
 
Outros lembram paisagens em movimento no fundo do mar, onde algas flutuam em meio a recifes de corais e anêmonas – animais em existência e vegetais em aparência.


 
Maria Izabel Branco Ribeiro
Historiadora, Curadora e Crítica de Arte